22.10.16

A influência da fotografia de retrato na estética do cinema italiano dos anos 50'

Luigi Chiozzotto  

O Cinema italiano teve importante contribuição da fotografia de retrato, em particular a de Arturo Ghergo, para a consolidação como o maior Cinema do mundo entre as décadas de 50' e 70'. O interessante do ponto de vista do cinema italiano é que a estética das imagens de Arturo Ghergo foi além da fotografia, tendo Arturo Ghergo especial importância e contribuição para o nascimento do cinema italiano, incluindo o seu nome na história da Itália ao lado de Giovanni Pastrone, Carmine Gallone e posteriormente Roberto Rossellini, o qual colaborou de forma indireta com as estratégias de consolidação e domínio através de um cinema forte na Europa idealizado por Benito Mussolini. Em 1937, por ordem do Dulce foi construído na então periferia de Roma, a Cinecittà, um dos maiores estúdios de cinema já feitos, a fim de inserir o cinema italiano na competição global por bons filmes. Por conta disso produtoras italianas da época como Titanus, La Cine criavam demandas para um tipo particular de fotografia, que teve implicação direta no feitiche de seus produtos, Atrizes e Atores, transformando em verdadeiros astros e estrelas os protagonistas de seus filmes. Aproveitando-se de todo um aparato visual composto de técnicas de iluminação e maquiagem, aqueles fotógrafos retratistas transformam em semideuses Atores e Atrizes, intitulados no meio como "Divos", suas fotos eram utilizadas estrategicamente de maneira muito glamourosa em publicidade antes do lançamento dos filmes. Pouquíssimos eram os fotógrafos que dominavam com perfeição aquela técnica que combinava fotografia e pintura, dentre eles Arturo Ghergo que no início dos anos 30 já possuía um estúdio fotográfico funcionando na rua Condotti, 61, em Roma, e muito requisitado particularmente pelos aspirantes ao estrelato. Também outros fotógrafos contribuíram para o glamour desses anos como o Elio Luxardo, italiano, nascido em Sorocaba e emigrado para Itália, além de outros como Arturo Bragaglia, Manlio Villoresi e Pasquale De Antonis. Décadas depois, em 1991 teve início em Roma, em via Bocca di Leone, no Studio Ghergo, um trabalho de recuperação de negativos em grande formato, 18x24 cm, contendo imagens de muitos Atores e Atrizes do cinema italiano do pós Guerra, fotografados pelo fotografo italiano Arturo Ghergo, Montefano - AN (1901-1959), entre as décadas de 1930 e 1950. Partindo de uma ideia original de Cristina Ghergo, fotógrafa e filha de Arturo Ghergo. Este trabalho teve também como colaboradores Antonio Bosco, Ampliador de Cristina Ghergo e Luigi Chiozzotto (editor desta página), Assistente de Cristina entre 1992 e 1993, e que nos intervalos de seus afazeres no estúdio, identificavam, selecionavam e arquivavam centenas de imagens de figuras ilustres da política, da sociedade, da igreja, do teatro e do cinema italiano, dentre elas, fazia parte desse valioso acervo estrelas como Alida Valli, Sofia Loren, Gina Lolobridgida, Silvana Mangano, Monica Vitti, Amedeo Nazzari, Massimo Girotti, Vittorio Gassman. Esse projeto culminou numa mostra intitulada “Arturo Ghergo - Fotografie 1930-1959 “ realizada no Palazzo delle Esposizioni, em Roma, em 2012, com cura de Claudio Domini e Cristina Ghergo, o qual foi um sucesso. 

E-mail chiozzottoit@gmail.com

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