De tanto frequentar o pátio das obras acabei por me tornar invisível aos operários e funcionários do campus, o que proporcionou com que eu realizasse meu trabalho tranquilamente. E assim, agindo como uma espécie de Bronislaw Malinowski tupiniquim foi possível captar as expressões mais sinceras, sobretudo, aquela dos operários, ora compenetrados e resignados em seus pensamentos, ora sorridentes e felizes, quase sempre brincando uns com os outros. Não obstante a força que empregavam em seus afazeres na construção dos prédios, demonstravam desinteresse pelo que motivava a realização deles, a ponto de não perceberem que aquela obra era parte de um projeto governamental que iria proporcionar estudo gratuito aos jovens brasileiros (REUNI), e consequentemente a eles próprios e aos seus filhos no futuro. Um aspecto referente ao dia a dia do campus é que durante muitos meses a água tratada não chegava ao local, então era necessário que a prefeitura fornecesse caminhões pipas para abastecer as caixas d'água dos primeiros prédios, essa situação se estendeu até a vinda dos discentes, docentes e técnicos administrativos, solucionada apenas com a conclusão da obra da caixa d'água.
