Luiz Chiozzotto
Ao tomar-lhes o pouco que recebem, ao julgar
apressadamente e de maneira equivocada um "bolsa família" é tão perverso como
roubar um doce da mão de uma criança.
Miséria, miséria é uma coisa indigna, não é ser pobre, é
estar abaixo disso, foi para vir de encontro a ela que foi criado o "bolsa
família". Muitos se equivocam sobre esse tema, até mesmo quanto a
paternidade desse filho pródigo. Para criá-lo houve cá e lá algumas
manifestações voluntárias de frei Beto, Henfil, dentre outros, que no calor do
momento, num período de mudanças, onde todos gritavam "diretas Já", seja aqueles
de direita, centro e esquerda, momento em que todos uniam-se por um mesmo
ideal: livrar-se da ditadura e reconquistar o direito ao voto é que esse
desejo, esse sentimento nascia. Período esse em que no mesmo palanque subiam
Lula, Fernando Henrique, Brizola, Suplicy, Henfil, enfim, muitos outros. E foi
no calor desse sentimento patriótico que nasceu a ideia, e a partir dela
começaram as iniciativas de movimentos em favor de minimizar o sofrimento da
imensa população desvalida e pobre que o regime militar havia deixado em sua
trajetória criminosa de crescimento e concentração exacerbada de renda. A ideia
desse auxilio portanto, não é do PT e ou PSDB ou mesmo PMDB, ou qualquer partido político, é uma ideia dos
brasileiros. Foi um sentimento de indulgência desses patriotas, sentimento que
encontra rá nos jovens políticos da época sua força maior. E isso se transformou
no que hoje chama-se "bolsa família", todavia, continuou a fazer parte
da política de governo da Dilma, uma de suas pastas mais importantes, depois de ter sido cria no primeiro mandato de Lula, não
obstante, nunca ter feito parte da pasta dos tucanos que a precederam no governo. Com a ascensão ao poder
de Fernando Henrique no seu primeiro mandato a presidente, essa ações de frei
Beto, Henfil e outros, foram apenas permitidas, aceitas como um favor que era
oferecido, sem nenhum comprometimento desse governo, seja em fazer parte de sua
política, seja de ter que ter qualquer responsabilidade por essas ações. O que
se seguiu no 2º mandato de FHC foi a continuidade da política neoliberal de
concentração de renda e venda do patrimônio público à empresas estrangeiras a
qualquer preço, como se a Vale e outras tantas empresas vendidas como sucatas,
fossem realmente sucatas, o que hoje sabemos que não o eram, e o dinheiro? é o
dinheiro sabe-se que não foi direcionado a uma política de inclusão social, foi
para os bancos, pois Fernando Henrique entendia que os bancos deveriam ser
fortes para enfrentar a economia mundial que naquele momento já não coadunava
com os doutrinadores neoliberais. Hoje, depois de muitos anos, depois de tantas
transformações sociais, e de tantas mudanças em decorrência dessa política da
esquerda de inclusão social é fácil criticar esse modelo de governar que faz o
engenheiro, o médico e o pequeno empresário ter uma renda não muito distante da
de um torneiro mecânico, um enfermeiro e ou um motorneiro do metro, isso que a
elite não quer e alguns da classe média não compreendem e que se chama
"inclusão social pela renda. E agora, a direita está ai outra vez, não
pelo voto, mas pelo golpe de estado que aplicou e novamente extende sua teia perversa ao transferir poderes aos
bancos privados e empresas estatais não dependentes, 50% do que o Brasil
arrecada, a partir das PECs aprovadas, todas com data de 2016, portanto pertencente a Temer
e seus golpistas, vão para pagar, sem necessidade os juros e amortizações da
divida.
A PEC 241 e as outras congelam os gastos em todos os setores
sociais, a fim de alimentar os juros e amortizações da dívida, sacrificando o
povo na Saúde, Educação, Habitação. A farsa da necessidade de pagar os juros e
amortizações de nossa divida aumenta nossa divida pública e a fome dos mais pobres.
Os administradores de crédito do Brasil, banqueiros e
agiotas oportunistas de sua cidade voltam a ocupar o cenário econômico nesse governo golpista de má fé, enquanto 40% das crianças brasileiras vivem na pobreza,
eles concentram renda sob o manto da farsa da divida externa. O governo que agora liquida o Brasil não permite que
seja realizada abertamente uma auditoria na dívida pública exatamente para não
colocar a luz da verdade na questão dessa farsa.
No Brasil, a atividade que cobra menos impostos é colocar o
dinheiro em aplicações "mais rentáveis" em bancos, etc. É isso mesmo,
quanto mais se é rico, mais tem para aplicar, mais ganha com a aplicação e
menos impostos paga e menos o Brasil melhora a vida do povo, pois o dinheiro
não circula entre os que realmente trabalham e se o trabalhador precisa construir algo de valor (casa, ampliar
sua empresa, comprar máquinas etc) tem de recorrer aos juros altos de bancos e
ou de agiotas disfarçados de gentis. Os ricos brasileiros são muito bem pagos
só para serem ricos, não precisam fazer mais nada!
Ainda no Brasil, você paga impostos para trabalhar e para
consumir (funcionários públicos, só para citar um seguimento da sociedade, têm o imposto de renda retido na fonte,
impossível sonegar), ou seja, quem depende do salário é quem mais paga
impostos.
Na França, grandes heranças são taxadas em 60% pelo Estado,
isso significa que 60% da herança dos mais ricos vai direto pro governo, de
modo que a riqueza não se acumule de forma imoral na mão de poucos "privilegiados", só porque
nasceram em família cujos antepassados de alguma forma, licita ou ilícita
concentraram renda. A ordem da direita sempre foi "obedeçam ou sofram", não há dialogo entre as classes sociais, a classe média não vai sentar a mesa discutir o futuro do Brasil nesse governo golpista.
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